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A tecnologia na luta contra os temporais

Gil Kempers lidera o grupo que monitora os fenômenos climáticos no Rio de Janeiro. Sua missão é evitar a repetição de tragédias como a de 2011, quando as chuvas mataram 953 pessoas na região serrana do estado

Brasil;Ciência;Insights;Gil Kempers (Foto: Eduardo Zappia)





                             Ocarioca Gil Kempers não pode assistir a um filme que começa a protestar. A performance que o incomoda não é a dos atores, mas a das catástrofes. Aquela avalanche só arrastou um prédio? Bobagem. A chuva não fez o barranco desmoronar? Mentira. “Quando essas cenas começam, minha mulher já olha para mim e diz: ‘Para de falar que está tudo errado’”, afirma Kempers. Tamanha implicância não é mau humor. É capricho profissional. Gil Kempers, um tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, é especialista no combate a tragédias.
À frente do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), no Rio de Janeiro, ele tem a obrigação de monitorar os fenômenos climáticos que possam resultar em mortes no estado. Isso inclui tempestades, ressacas marítimas e furacões. E nada causa mais trabalho à equipe do Cemaden do que as chuvas. Mais de 80% dos óbitos fluminenses provocados pela natureza têm origem nas tempestades, seja por conta de pessoas soterradas em deslizamentos (60% das mortes) ou levadas por enchentes (20%).
Kempers conheceu em detalhes o poder nefasto das águas em 11 de janeiro de 2011. Em um fenômeno raro, duas massas de ar, uma com origem na Amazônia e outra em São Paulo, encontraram-se na região serrana do Rio. Em cidades como Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis choveu em dois meses o que era esperado para um ano. O encontro desse temporal com um lugar repleto de casas construídas no sopé dos morros foi arrasador. Morreram 953 pessoas e 35 mil ficaram desabrigadas. Foi o maior desastre climático em número de mortes do Brasil.
À época, Kempers era o oficial de plantão dos Bombeiros. Ele deveria passar o comando para o plantonista seguinte, mas, diante da encrenca, resolveu permanecer no centro de operações. Pelos 26 dias seguintes, tornou-se o responsável por indicar quais ações a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e as polícias Militar e Civil deveriam adotar no resgate às vítimas, no encaminhamento dos desabrigados ou mesmo na reconstrução das cidades afetadas.
Vem daí a primeira lição aprendida pelo especialista em lidar com tragédias: é preciso se antecipar. Antes que o céu escureça, no primeiro prenúncio de tempestade, a estratégia de reação deve estar pronta. Pensar no que fazer na hora da confusão é garantir o fracasso da resposta ao fenômeno natural. Isso parece um pouco óbvio, mas as perdas foram enormes na serra fluminense porque a população só foi avisada do desastre quando os barrancos estavam quase desabando. Alguns carros de som circularam pela cidade alertando os moradores, mas a eficácia desse recurso foi próxima de zero.
Ao fim daquele trabalho, Kempers foi promovido (entrou na chuva major, saiu tenente-coronel) e recebeu a tarefa de estruturar o Cemaden, no Rio. “Deixamos de ser reativos e passamos a trabalhar na prevenção”, diz. Para isso, foi preciso contar com bons dados, atualizados com periodicidade cada vez menor. O sistema do centro fluminense integra mais de dez fontes de informação sobre meteorologia, hidrologia e geotécnica. Elas incluem órgãos como o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o Sistema de Alerta de Cheias e o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), além de uma rede própria com mais de 200 pluviômetros.
Esses dados alimentam uma tela que domina uma parede no Cemaden. Ela mostra mapas onde se veem o volume das chuvas, a umidade do ar, a velocidade do vento e os focos de incêndio em tempo real (o órgão atua inclusive nessa área). Detalhe: também é preciso cuidar dos estados vizinhos. As chuvas que desabam no Rio vêm, em geral, de São Paulo ou Minas.
Brasil;Ciência;Insights;chuvas;região serrana do Rio; (Foto: Agência O Globo; Folhapress; AP Photo)
SISTEMAS DE ALERTA EFICIENTES
Essas informações, contudo, não bastam. Elas precisam ser divulgadas com alarde. Por isso, nos últimos quatro anos, sirenes foram instaladas em 425 bairros de 17 municípios fluminenses. Ainda é inócuo, contudo, ter os dados e os emissores de alertas se a melhor hora para acionar o sistema for ignorada. Para defini-la com precisão, Kempers caçou estudos geotécnicos que determinam quanto tempo diferentes tipos de solo suportam as chuvas, antes de ceder. Ainda assim, era preciso ir mais longe. As ferramentas reunidas até ali calculavam a hora do desmoronamento, mas não o melhor instante para a evacuação das áreas. Outro problema: nenhum recurso utilizado até então levava em conta diferenças de terreno, comuns em diversos trechos de uma mesma cidade.

Com todo esse pacote, o número de mortes causadas por fenômenos climáticos caiu no Rio. Em 2011, um ponto fora da curva por conta do problema na serra, foram mais de mil. Mas em 2012 o total ficou em 400, baixando para 100 (em 2013), 60 (2014) e 20 (2015). Ainda assim, não se pode dizer que o perigo foi totalmente eliminado. Cinco anos após a tragédia,  mais de 91 mil pessoas moram em áreas de risco de deslizamento na região serrana.Para superar esses limites, a equipe do Cemaden criou um algoritmo. Ele calcula o momento em que um morro específico tende a deslizar. Com base nessa estimativa, dispara os alertas antecipadamente. Os casos analisados pelo algoritmo são classificados por níveis, que medem o grau de destruição da chuva – como a escala Richter, em terremotos. São dez pontos nessa gradação, sendo cinco para duas variedades de chuva: a pancada, forte e rápida, e a constante, que dura dias. Cada ponto dessa medida tem um protocolo de atuação, do mais leve ao mais severo.
LIDERANÇA FLEXÍVEL
No dia a dia, a equipe liderada por Kempers é composta por sete profissionais, entre hidrólogos, meteorologistas e geotécnicos. Quando a tragédia é iminente, ninguém trabalha sozinho. A tempestade desponta no monitor do Cemaden e o hidrólogo calcula se um rio pode transbordar. Cabe ao geotécnico definir quais as regiões mais suscetíveis a deslizamentos. Com a aproximação de um eventual desastre, Kempers assume o comando. Enquanto a tempestade representar risco, ele dará as ordens a órgãos como os Bombeiros e a Defesa Civil.
A liderança, nessas situações, tem de ser flexível. Frente a um cenário incerto, assume quem é mais preparado para atuar naquele momento, ainda que isso signifique quebra de hierarquia. Nessas horas, figuras de patentes mais altas ouvem as instruções de Kempers. Em nome da agilidade, os egos têm de ser contidos. Por vezes, a situação se inverte. Quando um prédio comercial explodiu em São Cristóvão, no Rio, em outubro, quem estava à frente do resgate dos soterrados eram os Bombeiros. Kempers atuou como uma espécie de assistente para cuidar do descanso e da alimentação do pessoal que trabalhava nos escombros do edifício.
Saber lidar com dramas é outra parte importante desse ofício. Em 2012, dois funcionários de Kempers morreram soterrados. Eles tentavam convencer pessoas de uma família a deixar uma área de risco. Elas se recusavam. Kempers fala sobre o tema com pesar, mas a atividade exige que o profissional isole suas emoções. “Tenho de dar sempre uma resposta. Os meus chefes cobram um solução e os subordinados esperam para saber o que fazer”, afirma. “Eu não posso fraquejar.” 

Inteligência artificial é a grande aposta de empresas e startups de tecnologia

Primeiros produtos embutidos com tecnologia que se aproxima da maneira humana de pensar já começam a chegar ao mercado

No filme ‘Ela’, o protagonista Theodore vive um romance com Samantha, um sistema operacional inteligente (Foto: Divulgação )
Em um futuro próximo, o escritor Theodore apaixona-se por Samantha, um sistema operacional dotado de inteligência artificial que aprende a fazê-lo feliz. A trama do filme ‘Ela’ aponta para um horizonte em que os sistemas passam a “agir” como humanos. Aos poucos, esse tipo de interação começa a virar realidade. Embora assistentes virtuais como o Siri, da Apple, ainda tenham um longo caminho a percorrer, o volume de dados armazenados nas redes sociais pode ajudar no desenvolvimento de plataformas mais humanizadas.

Hoje, cerca de 900 companhias atuam no setor de IA no mundo, segundo a empresa de pesquisa Venture Scanner. Gigantes da tecnologia como Google, Facebook, Microsoft e Amazon dedicam cada vez mais investimentos à área. Segundo a CB Insights, os investimentos em startups do setor de IA cresceram 588% em cinco anos, atingindo US$ 310 milhões no ano passado.Nos últimos anos,a inteligência artificial tem gerado grande expectativa, graças a produtos como carros que dirigem sozinhos e robôs que reagem a comandos de voz.
Essa abundância de informações sobre os usuários, segundo o professor Alexandre Evsukoff, do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é analisada e filtrada por ferramentas de inteligência artificial (IA). É a partir desses dados que um sistema pode recomendar um livro ou até uma ação para o usuário comprar na bolsa. As aplicações da inteligência artificial são as mais diversas: ela pode ser usada para prever um desastre natural ou antecipar um padrão de busca em sites na internet.
Trajetória 
O termo inteligência artificial foi cunhado há 60 anos, em 1956, pelo cientista John McCarthy, que faleceu no começo deste ano. Na época, a ciência da computação era baseada apenas em lógica. O programador ensinava, passo a passo, como a máquina resolveria um problema. Ou seja: o ser humano conhecia a fórmula para alcançar determinado resultado,mas programava um computador para que este processo fosse otimizado.
O processo de aprendizado de humanos e máquinas tem similaridades. Assim como uma criança vai à escola, o supercomputador Watson, da IBM, estudou toda a Wikipédia. Desta forma, preparou-se para sua primeira aparição na TV, em 2011, quando derrotou os dois melhores participantes do programa de tevê americano Jeopardy. “A tentativa de responder perguntas mostrou que o sistema tinha capacidade de raciocínio. Se o Watson não sabia uma resposta, gerava uma hipótese, como nós fazemos”, explica o líder de IBM Watson no Brasil, Fabio Scopeta.O grande salto da tecnologia veio nos anos 1990, quando a comunidade dedicada à inteligência artificial substituiu a abordagem lógica pela estatística. Com o uso de algoritmos, a máquina passou a analisar dados para chegar a uma conclusão própria – processo denominado como “aprendizado de máquina”. “Ao mostrar ao computador exemplos de como um problema é resolvido, ele começa a aprender. E procura meios de chegar a uma solução”, diz o professor do Departamento de Computação da Universidade Federal de São Carlos, Estevam Hruschka Junior.
Aprendizado profundo
Computadores são bons para armazenar informações, mas limitados para reconhecer imagens. E a percepção é um aspecto fundamental da inteligência porque determina a forma como o ser humano interage com o mundo. Mas, enquanto para uma pessoa é fácil reconhecer elementos em uma foto, as máquinas veem uma lista de números que representa a cor de cada pixel. Para traduzir isso em algo com significado, os pesquisadores em IA estão apostando em um método conhecido como Deep Learning, ou aprendizado profundo.
A técnica segue o mesmo conceito do aprendizado de máquina. Se hoje o computador consegue reconhecer a figura de um gato, é porque o sistema examinou milhares de imagens de gatos disponíveis na internet. Os algoritmos extraem informações da imagem, que são comparadas, para identificar padrões que possam corresponder à figura
de um gato.
Para o pesquisador do laboratório de inteligência artificial da Universidade de Stanford, Juan Niebeles, o Deep Learning ainda tem algumas limitações. “Trata-se de um aprendizado supervisionado. Então, para reconhecer um único objeto, eu preciso coletar várias imagens e mostrar como exemplos ao sistema”, diz. Por este método, classificar todos os objetos do mundo será uma tarefa árdua, embora não faltem dados para alimentar o sistema. Embora as pessoas não parem de compartilhar fotos e vídeos, esses dados ainda não estão organizados para a lógica das máquinas.
Aplicações
Embora hoje a tecnologia de IA ainda esteja em uma fase primária, não faltam áreas em que já é possível vislumbrar o futuro em que será comum ver máquinas inteligentes colaborando com seres humanos. Um exemplo é a chegada no mercado de assistentes pessoais como o Amazon Echo – uma caixa de som inteligente que compreende linguagem humana e consegue responder perguntas, ler livros e notícias e dar informações sobre o tempo e o trânsito.
A longo prazo, a IA pode alçar voos maiores, como na redução e congestionamentos, com a chegada de carros autônomos. Se hoje as pessoas utilizam o carro apenas durante o pouco tempo em que estão se deslocando, no futuro,em vez de deixá-lo parado na garagem, elas poderiam compartilhar o mesmo veículo. Desde 2009, o Google investe no desenvolvimento de carros autônomos que utilizam câmeras e sensores para analisar o ambiente por onde eles circulam e inteligência artificial para reconhecer os elementos e tomar decisões. “O veículo precisa não só tomar a decisão correta, mas também no menor tempo possível, porque qualquer erro pode causar um acidente”, diz o professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), Denis Wolf.
Outra área em que grandes empresas de tecnologia apostam alto é a robótica. “É o momento em que o computador, com toda sua inteligência, sai da mesa”, diz o professor do ICMC da USP, Fernando Osório. Ele diz que os robôs vão chegar não apenas para realizar trabalhos manuais ou que ponham o ser humano em risco, mas também para fazer companhia às pessoas. Um exemplo é o robô Pepper, desenvolvido pela empresa japonesa Softbank. A empresa colocou mil robôs à venda no mercado japonês em junho de 2015, por US$ 1,6 mil. As unidades foram vendidas em um minuto.

Jovens dependentes de tecnologia são desafio para pais e médicos

Uma pesquisa mostrou que um jovem da geração digital vai gastar
até os 18 anos, apenas navegando em jogos, 20 mil horas.


O universo paralelo da tecnologia pode ser do bem, mas também pode ser do mal. Mora dentro das nossas casas e arrebata nosso tempo e dos nossos filhos. “Uma pesquisa recente mostrou que um jovem da geração digital vai gastar até os 18 anos, apenas navegando nos jogos, 20 mil horas”, diz o psicólogo Cristiano Nabuco.
A difícil tarefa de mostrar caminhos para dependentes de tecnologia e auxiliar a família a encontrar uma saída é o trabalho de Cristiano Nabuco, coordenador do Programa de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Para ele, a internet é a nossa praça global e quando os pais não têm certeza do que os filhos estão vendo é como se eles estivessem deixando as crianças à deriva sendo formadas por valores desconhecidos.
Jovens dependentes de tecnologia são desafio para pais e médicos (Grep) (Foto: Reprodução Globo Repórter)Jovens da geração digital vão gastar até os 18 anos 20 mil horas navegando em jogos, diz pesquisa
“O celular se tornou a grande baba eletrônica. Cada vez que a criança não se sente bem, cada vez que ela se sente rejeitada, cada vez que existe um problema, eu dou a tecnologia. Então já se sabe, por exemplo, que depois de oito minutos que uma criança está jogando na internet existe a liberação da dopamina, aquele neurotransmissor que traz uma sensação de prazer”, explica Nabuco.
“O que nós vamos mostrar para eles? Ensinar para eles? Uma coisa que nós chamamos de tolerância à frustração. A vida real envolve você aprender a lidar com situações que não são agradáveis. Então vamos lidar com elas em vez de você fugir para a internet como uma forma de resolver seus problemas”, acrescenta o psicólogo.

Nova tecnologia deve diminuir as filas de caminhões no Porto de Santos, SP

Sistema deve agilizar o carregamento dos veículos nos terminais.
Tecnologia está sendo testada no Porto de Vitória, no Espírito Santo.


Uma empresa que atua no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, está implantando um novo sistema que promete agilizar o carregamento e descarregamento de caminhões na área portuária.
O objetivo principal é otimizar as operações no setor, por meio da automatização. As filas de carretas causam transtornos nas vias ao redor do cais santista, e o sistema promete a diminuição delas.
O sistema de controle inteligente é usado no Porto de Roterdã, na Holanda. Maxwell Rodrigues, vice-presidente do Ergos Group, está otimista com a implantação da tecnologia. "Esperamos poder trazer isso para o Brasil e nos tornarmos cada vez mais eficientes, trabalhando com um custo operacional reduzido", afirma.
A nova tecnologia será testada primeiramente no Porto de Vitória, no Espírito Santo. O projeto tem investimento de R$ 21,9 milhões. A ideia é controlar o caminhão desde a sua saída do terminal até o destino.
As informações serão checadas e comparadas em cada ponto de carregamento, diminuindo as filas e tornando o processo muito mais veloz.
Canal do Porto de Santos, SP (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)

Steve Wozniak acredita que tecnologia da Amazon é a próxima grande plataforma

Qual será a próxima grande revolução tecnológica? Steve Wozniak, fundador da Apple (mas que frequentemente tem opiniões contrárias à empresa que fundou), tem uma resposta. Para ele, a próxima grande plataforma é algo como o Echo, lançado em 2014 pela Amazon, mas que começou a ganhar tração no mercado só agora. 
Para quem não conhece, o Echo é um sistema de alto-falantes e microfones que o usuário instala na sua casa. Ele permite que o usuário dê comandos de voz para a assistente da Amazon, a Alexa, que funciona de forma similar ao Google Now, à Siri e à Cortana. Ela guarda lembretes e permite interagir com aplicativos, sem precisar pegar nenhum objeto, apenas com comandos de voz. 
“Tornou-se uma parte tão maravilhosa da nossa vida, não precisar levantar nada e apenas falar com ele em qualquer lugar de um cômodo. É tanto luxo e liberdade. Eu me apaixonei porque eu odeio memorizar coisas”, afirmou Woz. 
No entanto, ele não desmerece a Siri, da Apple, mas por estar restrita ao celular, ela não é tão onipresente quanto a Alexa, da Amazon. “Eu posso apenas falar ‘chame um Uber para mim’ e ela faz isso”. 
O fato é que não é a tecnologia da Amazon que “apaixonou” Wozniak, mas a facilidade de se comunicar com um assistente virtual apenas com comandos de voz em qualquer ponto de sua casa. Nada impede que Google, Apple ou Microsoft criem dispositivos similares, que permitam uma interação com seus assistentes digitais sem necessitar de uma tela, apenas com comandos de voz. Na verdade, é bem provável que já tenham pensado nisso.


11 tecnologias extraordinárias criadas por mulheres

Resultado de pesquisas longas e complexas, estas criações salvaram e melhoraram vida de milhões de pessoas; no Dia Internacional da Mulher, conheça as inventoras por trás delas.

Se você olhar ao seu redor, com certeza as encontrará. São invenções que revolucionaram o mundo. Em alguns casos, salvaram vidas. Em outros, simplesmente as melhorou. No Dia Internacional da Mulher, apresentamos 11 inventos ou tecnologias desenvolvidos por elas.
1) Teste de urina para monitorar diabetes
Cientista americana Helen Free, de 93 anos, revolucionou exames para diagnosticar doenças e detectar gravidez. (Foto: BBC)Cientista americana Helen Free, de 93 anos, revolucionou exames para diagnosticar doenças e detectar gravidez. (Foto: BBC)
O trabalho no campo da química realizado pela cientista americana Helen Free, de 93 anos, revolucionou os exames para diagnosticar doenças e detectar gravidez.
Free desenvolveu, junto com seu marido, Alfred, as tiras que são usadas em todo o mundo para monitorar a diabetes ao revelar a presença de glucose na urina no paciente.
Dotadas de substâncias químicas, essas tiras de alguns milímetros de largura apresentam uma reação ao entrar em contato com compostos presentes na urina.
Nascida em 1923, a pesquisadora lançou seu invento no mercado com o nome de Clinistix, uma tecnologia que representou um grande avanço em testes rápidos e eficazes não só de urina, como também de sangue.
2) Medicamento contra leucemia
Segundo o Salão da Fama dos Inventores dos Estados Unidos, a americana Gertrude B. Ellion (1918-1999) inventou o medicamento contra leucemia conhecido como 6-mercaptopurina e inovações farmacêuticas que facilitaram o transplante de rim.
Nascida em uma família de imigrantes lituanos, a bioquímica começou a investigar a doença. Suas pesquisas levaram ao desenvolvimento não só da 6-mercatopurina, como também de outro fármaco, a 6-tioguanina.
"A expansão de sua pesquisa a conduziu ao Imuran, um derivado da 6-mercatopurina que impedia a rejeição pelo corpo de tecidos externos. Usado com outros medicamentos, o Imuran permitiu os transplantes renais entre pessoas que não eram parentes", destaca o Salão da Fama de Inventores.
Ellion também liderou a equipe que desenvolveu medicamentos para tratar gota e um antiviral para combater infecções causadas pelo vírus da herpes.
Em 1988, o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina foi concedido a ela, James W. Black e George H. Hitchings "por suas descobertas sobre princípios-chave de tratamentos a base de medicamentos".
"Por casualidade, conheci um químico que buscava um assistente de laboratório. Ainda que não pudesse me pagar um salário nesta época, decidi que a experiência valia a pena", disse a cientista em um texto autobiográfico publicado no site do prêmio Nobel.
"Fiquei ali um ano e meio, e finalmente passei a ganhar o incrível montante de US$ 20 (em valores atuais, US$ 338, ou R$ 1278) por semana. Já havia economizado um pouco de dinheiro e, com a ajuda de meus pais, entrei na escola de pós-graduação da Universidade de Nova York no outono de 1939. Era a única mulher na classe de química, mas ninguém parecia se importar."
3) Método para melhorar negativos fotográficos
Química Barbara S. Askins criou método para melhorar negativos fotográficos. (Foto: BBC)Química Barbara S. Askins criou método para melhorar negativos fotográficos. (Foto: BBC)
Em 1978, a Associação para o Avanço de Invenções e Inovações dos Estados Unidos elegeu a química Barbara S. Askins, hoje com 77 anos, como a inventora do ano por ter criado um processo para recuperar os detalhes de negativos que haviam sido subexpostos.
No mesmo ano, a pesquisadora patenteou sua invenção, que permitia melhorar fotografias usando materiais radioativos. A Nasa a havia contratado em 1975 para encontrar uma forma melhor de revelar fotos astronômicas e geológicas feitas a partir do espaço e obter imagens em que os detalhes pudessem ser vistos com clareza em vez de borradas ou com pouca definição.
Sem sua tecnologia, diz a Nasa em seu site oficial, estas imagens seriam inúteis. Seu invento foi "tão bem sucedido que seu uso se expandiu para além da agência espacial e foi aproveitado na obtenção de melhorias em raios-X e na restauração de fotos antigas".
4) 'Calculadora gráfica' para resolver problemas de transmissão de energia
Edith Clarke (1883- 1959) é considerada uma pioneira da engenharia elétrica e da computação. (Foto: BBC)Edith Clarke (1883- 1959) é considerada uma pioneira da engenharia elétrica e da computação. (Foto: BBC)
Edith Clarke (1883- 1959) é considerada uma pioneira da engenharia elétrica e da computação. Ela foi a primeira engenheira elétrica a ser empregada profissionalmente nos Estados Unidos e a primeira professora em tempo integral desta área no país.
"Inventou uma calculadora gráfica que simplificou para determinar as características elétricas de longas linhas de transmissão de eletrecidade", indica o Salão da Fama de Inventores dos Estados Unidos.
Clarke foi uma autoridade na manipulação de funções hiperbólicas, circuitos equivalentes, análise gráfica e sistemas elétricos. A cientista patenteou a calculadora Clarke em 1925.
"Sua carreira teve com tema central o desenvolvimento e a disseminação de métodos matemáticos que simplificaram e reduziram o tempo empregado em cálculos complicados para resolver problemas de design e operação de sistemas de energia elétrica", explica James E. Brittain no ensaio Do Computador à Engenharia Elétrica: a extraordinária carreira de Edith Clarke.
"Ela traduziu o que muitos engenheiros viam como métodos matemáticos esotéricos em gráficos ou em formas mais simples, em uma época em que os sistemas de energia se tornavam mais complexos."
5) Vidro sem reflexo
As pesquisas de Katharine Blodgett (1898-1979) criaram uma nova disciplina científica que teve aplicações práticas em campos como energia solar e circuitos integrados. (Foto: BBC)As pesquisas de Katharine Blodgett (1898-1979) criaram uma nova disciplina científica que teve aplicações práticas em campos como energia solar e circuitos integrados. (Foto: BBC)
s pesquisas de Katharine Blodgett (1898-1979) e Irving Langmuir criaram uma nova disciplina científica ao experimentarem com películas orgânicas com uma só molécula de espessura que tiveram aplicações práticas em campos tão variados como a conversão de energia solar e a fabricação de circuitos integrados.
"Como assistente de Langmuir na General Electric, Blodgett deu prosseguimento à descoberta de Langmuir, que consistia em uma capa única de superfície de água que podia ser transferida para um substrato sólido. Anos depois, ela verificou que o processo podia ser repetido para criar uma pilha de capas múltiplas de qualquer espessura", explica o Salão da Fama dos Inventores dos Estados Unidos.
Primeira mulher a obter um PhD em Física na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, Blodgett aprofundou seu trabalho e criou revestimentos anti-refletores para superfícies de vidro. Isso fez com que produzisse, como destaca o Salão, o primeiro vidro "verdadeiramente invisível".
Sua invenção, conhecida como filme Langmuir-Blodgett, foi patenteada nos Estados Unidos em 1940. "O vidro sem reflexo eliminou a distorção de luz que existia em vários equipamentos ópticos, incluindo lentes de sol, telescópios, microscópios, câmeras e projetores."
6) Peneiras moleculares para refino de petróleo
Não há como falar de Edith Flanigen sem mencionar a descoberta de formas mais eficientes, limpas e seguras de refinar petróleo. De fato, seu invento foi uma peça-chave na produção de gasolina em todo o mundo.
Em 1956, a química americana "começou a trabalhar na tecnologia emergente de peneiras moleculares, estruturas cristalinas microporosas", explica o Salão da Fama de Inventores dos Estados Unidos.
"Esses compostos podem ser usados para purificar e separar misturas complexas e catalisar ou acelerar o ritmo das reações dos hidrocarbonetos e têm uma ampla aplicação no refinamento de petróleo e nas indústrias petroquímicas."
Em 2004, o Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, na sigla em inglês) conferiu a ela o prêmio Lemelson-MIT pelos efeitos revolucionários desta tecnologia.
Flanigen liderou uma equipe de inventores que descobriu "mais de uma dezena de estruturas de peneiras moleculares e 200 composições, muitas das quais foram comercializadas no refinamento de petróleo e nos processos petroquímicos para reduzir os custos de energia e o desperdício industrial", destacou o MIT.
Aos 87 anos, Flaningen detém hoje 108 patentes nos Estados Unidos, e, entre suas pesquisas foram aplicadas na purificação de água e no saneamento ambiental.
7) Máquina para fazer sacolas de papel
Dona de 26 patentes, concedidas entre 1870 e 1915, a americana Margaret Knight (1838-1914) entrou para a história por ter inventado uma máquina para fabricar sacolas de papel de fundo plano.
"A invenção revolucionou a indústria de sacolas de papel ao substituir o trabalho de 30 pessoas pelo de uma única máquina", diz o Salão da Fama dos Inventores dos Estados Unidos.
De forma automática, a máquina cortava o papel, o dobrava e unia suas partes para criar a sacola. "Antes de sua invenção, as sacolas de fundo plano só podiam ser feitas manualmente e com um alto custo."
Seu invento foi usado em todo o mundo e permitiu a produção em massa desse tipo de sacola. Uma variação de sua máquina ainda era usada no fim do século 20.
8) Fralda descartável
Em 1951, foi concedida à arquiteta americana Marion Donovan (1917-1998) a patente de uma cobertura impermeável para fraldas, o que fez com que ficasse reconhecida mundialmente como a "mãe das fraldas descartáveis".
Quando ela faleceu, o jornal The New York Times escreveu em seu obituário: "Tinha 81 anos e havia ajudado a encabeçar uma revolução industrial e doméstica ao inventar o precursor da fralda descartável".
"Motivada pela tarefa frustrante e repetitiva de trocar as fraldas de pano sujas, a roupa e os lençóis de seu filho, Donovan criar uma capa para a fralda que permitia manter seu bebê seco", conta o Salão da Fama de Inventores dos Estados Unidos.
"Diferentemente de outros produtos no mercado, o seu foi feito com uma tela que permitia que a pele do bebê respirasse e também incluía botões em vez de alfinetes."
Donovan batizou seu invento como "Boater", mas, num primeiro momento, ele foi recusado por fabricantes. Por essa razão, ela começou a comercializar a capa por conta própria e, após receber a patente, a vendeu para uma companhia por US$ 1 milhão em valores da época.
Anos depois, o engenheiro industrial Victor Mills, da Procter & Gamble, lideraria a equipe que fez a primeira fralda descartável como a conhecemos hoje.
9) Sinalizadores marítimos
"Em uma época em que as mulheres pareciam não fazer nada além de arrumar a casa e criar os filhos, Martha Coston estava ocupada salvando vidas ao aperfeiçoar os sinalizadores marítimos noturnos", destaca o livro As Invenções de Martha Coston, de Holly Cefrey.
Coston (1826-1904) desenvolveu um sistema de luzes pirotécnicas vermelhas, brancas e verdes com base em esboços deixados por seu marido antes de ele morrer, para que os barcos pudessem se comunicar entre si e com o pessoal em terra em meio à escuridão e a grandes distâncias.
Ela passou dez anos desenvolvendo a tecnologia antes de patenteá-la e a vendeu para a Marinha americana. "O sistema deu uma vantagem decisiva à União na Guerra Civil e a empresa Coston, fundada para produzir os sinalizadores, operou até o fim do século 20", explica o Salão da Fama de Inventores dos Estados Unidos.
"O sistema de códigos e sinalização foi usado pelo serviço de emergência e o serviço meteorológico dos Estados Unidos, instituições militares na Inglaterra, França, Holanda, Itália, Áustria, Dinamarca e Brasil, navios mercantes e iates privados."
10) Limpador de para-brisa
Mary Anderson (1866-1953) teve a ideia de criar o limpador de para-brisa quando viajava em um bonde por Nova York em um dia de neve no início do século 20.
"Anderson observou que os condutores tinham que abrir frequentemente suas janelas para poder enxergar em meio ao clima impiedoso. Muitas vezes, eles tinham de parar o bonde e descer do carro para limpar a janela", conta o Salão da Fama de Inventores dos Estados Unidos.
"Sua ideia consistia em uma alavanca dentro do veículo que controlava um braço mecânico equipado com uma escova de borracha. A alavanca movia a escova pelo para-brisa para eliminar a chuva ou a neve." Segundo o Salão, com a patente concedida em 1903, a invenção tornou-se o primeiro dispositivo eficaz de limpeza do para-brisa.
11) A superfibra Kevlar
Stephanie Kwolek (1923-2014) foi uma química americana de origem polonesa que, em 1965, descobriu uma variedade incrível de polímeros cristalinos líquidos.
Dona de 17 patentes, a cientista "se especializou em processos a baixas temperaturas para a criação de longas cadeias moleculares, o que a conduziu à descoberta de fibras sintéticas a base de petróleo de grande rigidez e resistência", indica o Salão da Fama de Inventores dos Estados Unidos.
A fibra mais famosa resultante dessas pesquisas foi a Kevlar, um polímero cinco vezes mais forte que o aço. Trata-se de um tecido de alta resistência que é usado para fabricar centenas de produtos, como coletes à prova de balas, cabos de fibra ótica, peças de avião e cascos de navio.
"Sabia que tinha feito uma descoberta", disse Kwolek em uma entrevista. "Não gritei 'eureka', mas fiquei muito emocionada, assim como todos no laboratório, por estarmos diante de algo novo e diferente." Além de salvar vidas, o poderoso tecido gera centenas de milhares de dólares por ano em vendas de produtos derivados em todo o mundo
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GM compra startup de tecnologia de direção autônoma por mais de US$ 1 bilhão

A General Motors anunciou nesta sexta-feira,11, que irá adquirir a Cruise Automation, uma startup de tecnologia de veículo autônomo. O valor de investimento não foi confirmado, mas de acordo com fontes da Fortune, o negócio é avaliado em mais de US$ 1 bilhão, em uma combinação de dinheiro e ações.

A negociação entre as duas, inicialmente, estava relacionado a um investimento da montadora na startup, que planejava levantar uma nova rodada de financiamentos. Mas a conversa acabou se movendo para a aquisição total da empresa. A transação deve ser concluída no segundo trimestre. 

A Cruise Automation, que já chegou a levantar mais de US$ 18 milhões em financiamento de capital de risco, está a três anos no mercado revendendo um kit que permite que alguns tipos de carros, como o Audi A4 e S4, tenham condução autônoma para estrada. 

A startup irá operar como uma unidade independente dentro da GM, sendo que o plano é fazer a empresa crescer de forma agressiva. Além dos 40 funcionários, a Cruise Automation já está com 10 vagas de emprego em aberto. 

A aquisição está de acordo com a recente decisão da GM de se dedicar ao desenvolvimento da tecnologia de carros autônomos; uma equipe de engenheiros e executivos liderada por Doug Parks será responsável por trabalhar com as tecnologias críticas do carro, que envolvem segurança, projeto elétrico, controles e softwares. 

A GM tem sido criticada pela demora em adotar novas tecnologias automobilísticas, deixando empresas de fora do setor, especialmente o Google, assumirem a liderança no desenvolvimento de carros que dirijam sozinhos. No entanto, a montadora tem projetos discretos relacionados à auto condução e é empresa com os planos mais agressivos de adição de Wi-Fi nos carros.

Nos últimos meses, a companhia também anunciou uma série de iniciativas que destacam o seu interesse em transporte não convencional popularizado por uma onda de startups, incluindo uma parceria e investimento de US$ 500 milhões no Lyft, concorrente do Uber. 

Em alguns anos não seria impossível pensar em passageiros do Lyft sendo transportados por carros que não precisam de motorista. A empresa também está desenvolvendo um serviço de partilha de automóveis, juntando-se a uma lista crescente de grandes montadoras que estão se envolvendo em novos negócios para atrair clientes que não possuem veículos.

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